Por meio do estudo de neurônios criados a partir de células da pele de pacientes com Alzheimer, pesquisadores norte-americanos obtêm dados inéditos sobre mecanismos envolvidos no desenvolvimento da doença.
Por meio da técnica de reprogramação celular, pesquisadores do Instituto de Pesquisas Salk, da Califórnia (EUA), criaram neurônios a partir de células da pele de pacientes com Alzheimer.
(foto: Goldstein et al./ Nature)
A reprogramação celular, técnica desenvolvida originalmente no Japão e reproduzida em alguns países, inclusive o Brasil, vem se destacando como ferramenta sem precedentes para a modelagem experimental de doenças humanas, complementando o que já aprendemos com os cérebros pós-mortem, animais de experimentação ou células sanguíneas dos pacientes.
As células-tronco de pluripotência induzida (conhecidas pela sigla iPS), obtidas por meio dessa técnica, podem ser geradas a partir de fragmentos da pele de seres humanos. Para fazer com que células da pele sejam capazes de se transformar em qualquer outro tipo celular do corpo é utilizada a técnica de reprogramação celular: vírus modificados contendo genes idênticos aos dos obtidos de células-tronco embrionárias são colocados em contato com fibroblastos (células extraídas de fragmentos da pele humana). Assim, os fibroblastos adquirem pluripotência.
É exatamente com essa técnica de transformar um punhado de células da pele em diversoas células especializadas de diferentes órgãos que os cientistas conseguem entender o mecanismo inicial de algumas doenças e mesmo identificar medicamentos para serem aplicados de forma bem específica ou modelada a cada paciente.
Nos últimos anos, diversas doenças vêm sendo modeladas em laboratório pela técnica de reprogramação celular. Especificamente no caso do sistema nervoso, as doenças já estudadas incluem esclerose lateral amiotrófica, atrofia muscular espinhal, disautomia familiar, autismo, síndrome do X frágil e esquizofrenia. Nesta semana, pesquisadores do Instituto de Pesquisas Salk, da Califórnia (EUA), criaram células iPS para estudar também a doença de Alzheimer. Células-tronco de pluripotência induzida (chamadas de iPS) geradas a partir de fibroblastos extraídos da pele dos pacientes com Alzheimer.
(foto: Goldstein et al./ Nature)
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